segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Para que as flores não morram tão rápido.

Você também não sente que alguma coisa está errada?
Pois é o que eu penso o tempo todo. Entre intervalos de aulas sobre genética e o fim da manhã, quando estou dentro de um ônibus tentando dormir entre os solavancos.
Eu sinto que há alguma coisa errada quando é difícil pedir desculpas. Quando quero estar mais perto. Quando me sinto repetitiva ao escrever tanto sobre o que já deveria ter passado. Não me sinto confortável com os olhares que deveriam ser mais. Perco a paciência. Não espero. Mesmo que por trás da minha aparência, eu esteja sempre esperando. Algo a mais. Uma perna se encostando, conversas abraçadas, você-sabe-o-que's com uma letra específica e apenas nossa. Dentro de um ônibus. No banco da praça. Quando não fizer sol. Quando estiver acordando. Quando me sentir um grande não cheio de descrenças.
Tenho que confessar que hoje foi estranho. E ainda te diria: Nunca tinha reparado que tinhas crescido tanto. Quando foi? É estranho amar suas sobrancelhas? E por mais pesado que tenha se tornado o fardo dos nossos encontros escassos, continuar percebendo o que outras pessoas já perceberam. Você ronca, e é engraçado. Você espirra, e eu rio. Você me contraria, e eu me aborreço. Você ri, e eu me envergonho. Você canta, e eu choro. E mesmo que demore. Ou chegue a se apressar, bem, ainda há um mundo de saídas. De encontros. De chegadas. E de mais fins. Porque sempre há algum para lamentar. Para pedir que nunca mude. E que seja sempre amor. E que todas as músicas façam sentido. E que eu guarde todos os corações de papel de bala para você. E torcer, que algum dia, alguém ainda se lembre das flores entre os livros.

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