quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Let's never get older.

Você chega cansado. A rotina, você me diz, é a maldita rotina. Sorrio descansada, abro os braços, espero você entrar neles.
Você demorou, resmungo um pouco, afago seu cabelo.
Mas hoje não estou irritada. Não. Hoje estou feliz por você ter demorado. Por ter sentido essas pontadas de ansiedade que é se sentir cada vez mais perto. Drogada. Hoje eu digo, tudo bem. Aceito essa condição para variar um pouco e te fazer menos triste pelo amanhã.
Hoje eu sou apenas pequena. Abraço suas costelas e sinto seu cheiro de homem. De suor misturado a café derramado no bolso escondido pelo casaco. De perfume. E sinto até meu cheiro no seu cheiro.
Hoje eu vejo a hostilidade da idade. O cansaço nas suas olheiras pernas braços consciência pálpebras. As beijo por pena. Por querer ter estado do seu lado quando o sossego virou agonia. Para segurar sua mão de pessoa grande. E deixá-las suarem juntas.
Hoje eu quero ser menos indiferente e te enxer desses afetos repentinos e palavras que fazem me desconhecer. E me perguntar como deixei tudo isso escapar às vezes. Como deixei se tornar difícil às vezes.
E vou deixar você ficar assim, bem junto a mim. Para gravar bem na memória e nunca esquecer.
Hoje eu vou me deixar amar mais você.

domingo, 26 de setembro de 2010

All was golden in the sky.

Lembrei como tudo parece fluir para fora dos meus ossos, e isso só me faz lembrar o quanto eu queria ganhar o mundo numa loteria.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Isso é o que eu espero.

Eu penso, respiro, penso. Será que a gente se conhece mesmo? Acho que não. Acho que relutamos em encontrar um no outro aquilo que queremos. E encaixamos um no outra a expectativa de sempre. Eu me entristeço só de pensar em ceder a minha atenção para esse pedaço de... Não sei o que é. Estou cheia de sei lá's. Cheia de músicas e tempos e cansaços físicos e me pergunto tanto. E tenho tanta saudade e orgulho e culpa. Por isso eu não reclamo da sua indiferença. Mesmo que eu me cale tanto e me pergunte o que eu fiz de errado. Se não foi suficiente mudar. Porque você sabe, eu mudei. Foi uma daquelas partes do sonho em que uma hora eu voava e no outro eu não conseguia me mover. E sei lá... Talvez eu mesma não me importe tanto quanto você.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Lady, where has your love gone?

"Não queria que passasse o tempo sem eu ter consciência de estar sendo alguém que eu não sou” Eu te disse.
Lembro de te ver fechar um livro e levantar os olhos para mim.
Estávamos na varanda da casa dos meus pais. Haviam saído. Era um dia daqueles que você reclamava sobre o meu “pensar demais”. Não havia pôr-do-sol. Não havia sol. Havia apenas essas nuvens espessas, esperando o momento certo para descer como chuva e dançar nas janelas e nas ruas.
Você deixou o livro de lado.
É verdade, houve um tempo em que eu sentia que poderia levantar o mundo e continuar deitada com você ao meu lado, assistindo Stich destruir o centro da cidade em um filme que você falava que te fazia lembrar de mim menor.
Eu sabia como era ignorar certas coisas.
Simples assim: Ás vezes era bom ficar desse jeito.
Eu esticava as pernas, até sentir estralar em algumas partes. Deitava-me ao seu lado, esperando você agarrar minha mão e quando você não o fazia, brigava, mas não porque me importava, mas porque gostava de reconciliações.
Era bom parar e então olhar a massa de prédios acumulados mais á frente. Os carros que passavam. As pessoas apressadas sentindo que choveria a qualquer instante. Sentir frio e calor ao mesmo tempo. E ter vergonha quando a claridão do sol estivesse entrando pelas janelas de manhã.
Você parou por um longo tempo. Olhava pra mim, pra varanda, pra mim de novo. E parecia tão calmo.
E então de repente, eu fiquei angustiada.
Eu sabia que depois eu lembraria de você calculando o que responder e pensaria nas relações... Sobre o ser suficiente. E era por isso que eu ficava mais sozinha, pensando que talvez fosse melhor assim do que admitir uma falsa alegria. Era complicado. Ser feliz é complicado. Não adiantava só sorrir ou fingir, sabe? Tudo sempre esteve além disso. As pessoas denunciam farsas. Tudo precisava ser provado, anotado, concretizado.
“Nada importa, contanto que você esteja bem”, você me disse, um pouco antes de eu desistir de ter alguma resposta. “As pessoas necessitam de pequenas felicidades, desses pequenos pedaços de tempo na vida delas para lembrar como é ser alguém menos cético, menos programado. Apenas... Ser feliz, sem saber, entende?”.
E eu concordava. Era verdade que eu queria ir pra cidades serranas beber chá com alguém, mesmo que não gostasse. Ir à praia e saltar as ondas como se fosse Ano Novo. Subir um morro e assistir o coro de pássaros. Essas coisas que significavam pouco, e fazê-las só por querer fazer.
Mas ainda assim, me sentia desnecessária. Um pequeno nó intrometido numa linha.
Desconfortável ou insegura demais. ''Está certo assim?'' '' Deveria pensar assim?''
Eu não te falava isso, por medo de apelar demais sua atenção.
“Lady, where has your love gone?”
Eu pensava no que você dizia, e então você desistia de esperar por alguma reação que demonstrasse alguma coisa da minha parte. Voltava sua atenção pro seu livro. Eu engatinhava até você. Me inclinava para beijar seus lábios. E me enfiava dentro dos seus braços. Pronta pra dizer pra mim e pra você: Quiçá um dia eu seja capaz de entender.

Eu, tentando e você conseguindo.

''Eu não sei, o problema que eu vejo é que você tenta abraçar o mundo com as pernas. Tenta agradar todo mundo, e aí abraça o mundo com as pernas, mas fica tronxa, desconfortável, talvez você devesse só se preocupar com as pessoas certas.''

Não se desgaste. Eu sei que dói não ter resposta.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ou muito.

Eu acho muito engraçado quando você vem cheio de PFF's da vida me contar as besteiras que acontecem por livre arbítrio. Eu gosto quando você me elogia. Eu gosto de me sentir importante.



Nem que seja um pouquinho.
AFF tô cheia de drama, tô boba assim do nada e buscando explições desnecessárias.
Mas eu gosto quando você finge não mudar de assunto quando começo a falar coisas sem-vergonha. E gosto de me ver cheia de ''awn''s de novo, ao invez de chororós sobre a falta de compreensão.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

11:57 Hora do desespero.

Estava sentada entre conversas, sentia. Mas não sentia pouco. Era uma galáxia se aproximando. Meu telescópio imaginário mostrando um desvio para o azul. Os três últimos minutos da manhã cansada demorariam tanto quanto nos outros dias?
Não escutava. Mas desenhava na carteira da mesa. Balançava o pé, instintivamente. Olhos pequenos. Muito pequenos. Perdidos entre cílios que prometiam um desejo, de vez em quando. Ou até dois, quando fosse um dia de sorte.
Costumava se perguntar muito. Reclamar muito. Perder o chão demais. Hoje em dia havia uma sensação de estar satisfeita. Pelos livros que lia. As músicas que escutava. Os parabéns que recebia. E os sorrisos que despertava. Era menos... sabe? Eu nunca soube explicar. Mas sempre houve uma necessidade de uma harmonia, que ela sabia que não a tinha.
Parava na frente do espelho no final da tarde. Com o vento entrando pela janela. Tirava os sapatos, as meias, a blusa. Tirava as mágoas, as tristezas, a impaciência. Calça, sutiã, calcinha. Ficava com frio. Um frio de pré-noite. De pós-dia. Da pele descoberta e macia. Teimava em descobrir algo. Que não encontrava nem no seu reflexo. E as vezes se enganava com os excessos. Com os vícios. E se orgulhava de não se orgulhar em ser uma metamorfose ambulante. Tentava não demonstrar. E pedia demasiado silêncio. Porque ele é necessário. Porque alguém já tinha lhe dito que quem menos diz tem mais o que dizer, e ela concordava. Acreditava nas pessoas, e era estranho, pois não acreditava em si mesma. Mas o que fazer sem a incoerência de todos os dias?

Sabe... Eu não estou triste, você entende? Eu só não sei e nunca soube.
Eu sou muito menor do que ás vezes penso.

sábado, 11 de setembro de 2010

Querendo saber.

Eu sou o sorriso de uma esquina sonolenta. O gato que cruza a janela e te dá Mau Dia. Sou o domingo descombinado. As cinzas de um velório e o choro da viúva. Temo ser a tragédia mas em tristeza, eu choro. Queria ter a certeza de e sentar pra. Às nuvens tudo devo, desde a beleza de ver á necessidade da chuva. Queria ser o salto do suicídio, para poder experimentar as sensações de uma hora ser e na outra não ter com o que se preocupar. E minha alegria seria deixar pra mais tarde, ser só sol sobre Marte e por fim acertar.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Síndrome do Devolva-me.

Me devolva as cartas, os retratos. Finja que não me vê e conhece mais. Me deixe sentir sua falta. Me esqueça mas continue amando.


(Adriana quem ensinou.)

Pensares intervalares.

O que temos em comum é o sol que não se esquece. (E aquece.)

terça-feira, 7 de setembro de 2010


Linda assim.

domingo, 5 de setembro de 2010

Escorregue.

Bem, eu gosto de dias como ontem. O nosso picnic foi fail total porque começou a chover, daí fomos correndo para a casa de Roveri, enquanto Luanne e o namorado se beijavam na rua (todo mundo gosta de beijos na chuva). À noite fomos pra casa de Jair, que estava sozinho e assistimos Fight Club, jogamos Quest (e errei todas as perguntas, claro), dormi de novo na cama de Catarina, só que sem Catarina e voltei pra casa.
Legal nada ter sido combinado, sabe?
Revelei as fotos da Olympus, mas só saíram 13 fotos:



sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ônibus lotado.

E como falar das tantas vontades que sobem, descem, falam?
Como não preferir mãos se tocando ao em vez de uma ao vento?
Como não saber falar sobre a falta e o desgaste que deveria, mas não?
Como te dizer senti, sinto, e não minto?
Como te dizer que te acho bonito no café da manhã sem soar irônica?
Como não exagerar?
Como não ter em mim todo esse drama?
Como dizer ''estou exausta'' sem soar repetitiva?
Como acreditar em algo que só se supõe entender?
Como me sentirei quando ler isto de novo?
Como falar de amor, de uma forma que outros amantes já não tenham falado?