quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Let's never get older.

Você chega cansado. A rotina, você me diz, é a maldita rotina. Sorrio descansada, abro os braços, espero você entrar neles.
Você demorou, resmungo um pouco, afago seu cabelo.
Mas hoje não estou irritada. Não. Hoje estou feliz por você ter demorado. Por ter sentido essas pontadas de ansiedade que é se sentir cada vez mais perto. Drogada. Hoje eu digo, tudo bem. Aceito essa condição para variar um pouco e te fazer menos triste pelo amanhã.
Hoje eu sou apenas pequena. Abraço suas costelas e sinto seu cheiro de homem. De suor misturado a café derramado no bolso escondido pelo casaco. De perfume. E sinto até meu cheiro no seu cheiro.
Hoje eu vejo a hostilidade da idade. O cansaço nas suas olheiras pernas braços consciência pálpebras. As beijo por pena. Por querer ter estado do seu lado quando o sossego virou agonia. Para segurar sua mão de pessoa grande. E deixá-las suarem juntas.
Hoje eu quero ser menos indiferente e te enxer desses afetos repentinos e palavras que fazem me desconhecer. E me perguntar como deixei tudo isso escapar às vezes. Como deixei se tornar difícil às vezes.
E vou deixar você ficar assim, bem junto a mim. Para gravar bem na memória e nunca esquecer.
Hoje eu vou me deixar amar mais você.

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