quarta-feira, 2 de junho de 2010

Querida, eu sei que você acha que eu não estou tentando. Seus olhos me dizem muito mais do que tenho coragem de admitir. Chego tarde. Não te abraço. Sem mais contatos. Se perdeu, me disse. E nem se deu o trabalho de voltar. Concordo com tudo isso. As músicas daquele rádio de pilha são as mesmas mas não soam tão familiares assim. Vejo aqueles tons de griz que pintavam nossa parede, o tempo todo. Gostaria que quando você tomasse a decisão de ir, não me avisasse, nem nada. E se não fosse pedir demais, depois de algum tempo, quando não doesse muito, queria que você me escrevesse. Quem sabe um cartão postal. Imagine só minha felicidade em recebê-lo e ver que sua letra miuda não mudou e nem seu habito de chorar ao escrever pros que estão longe. E chuva. Não esqueça de me contar da chuva.
Gostaria de dizer que compreenderia, que não guardaria mágoas. Mas me conheço mais do que você. As feridas estão aqui, vamos, cure-as.
Estou tão triste que meu egoísmo só cresce. Maltrato tudo e todos.
Ando sentindo-me fora de mim. Então torça, para que me encontre pássaro e voe pra nunca mais voltar.

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