quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Juro, a partir de hoje.

''Eu não sei o que tava acontecendo, mas sempre parecia que você me escapava pelos dedos.''
''Como areia?''
''Não, como o ar''


Esse meu violão de sonhos está desafinado, meu bem. Eu não sei mais com que acorde se toca uma música que você poderia lembrar. Poderia. Poderia porque de repente seu lema virou ''a gente se fala mais tarde''. De repente você ficou tão ocupada. Inafiançável. E sua vida está tão esvoaçada. Eu vejo as cores. O laranja do seu cabelo novo e sua frequência baixa. Ninguém nunca esteve de acordo, não é? Sempre houveram essas promessas e palavras e reconfortos. Mas nunca estivemos saciadas. Eu tenho uma flor na mão e lágrimas na outra. Você me entende? São tão suas quanto minhas. São tão esquecidas. E isso me deixa frustrada. E triste. E dispersa.
Eu estou sozinha em casa de novo. As cinzas já caíram de novo em mim. E eu me sinto como anos atrás. Numa noite de choros numa cama que agora não é mais minha. Numa casa que não é mais minha. Com soluços altos e infantis que continuam. E ainda me pedem pra parar. Mas não com palavras, sabe querida? Não. Agora há menos repressão. Agora eu sou tão minha que eu peço pra não ser. Para roubar carinhos de mãos que preferem outras. Eu não escrevo mais cartas desde o 21 de dezembro. As lapiseiras não me entendem. E os papéis meu fogem. Eu não tenho mais tanto medo de filmes que você dizia serem bobos e agora, quando acordo, por um tempo penso sobre onde estou. Eu não lembro. Estou convencida disso à 5 meses. E eu queria que você soubesse porque ainda sinto essa parte de mim que não quer que você simplesmente desapareça. Passei a gostar mais de sol. Da grama. Deixei de ser um tão fardo pra. E eu acho que de uma forma estranha, estou conseguindo. E estou feliz. Mas isso não me faz esquecer, e é por isso, que por meio desse meio texto meio confissão que eu enfim te digo: Eu estou aqui. A dançar uma música qualquer.

Um comentário:

Maria Izabel disse...

Que texto mais fofo, poxa.