quarta-feira, 26 de maio de 2010

Pós-ligações II

- Você está chorando? - Perguntou a outra linha.
Me desculpe por ligar tão tarde. É só que aquela nossa música tocou e eu queria que você não tivesse se tornado ''tão você''. Tão longínquo. Tão mais sereno do que eu.
Queria que você apreciasse essa vista. Sim, cobertura. Não, não estou tentando me matar. Só gosto das luzes, que estão cada vez mais familiares até.
Da outra vez, eu estive aqui.
Da outra vez, sem tanto chororó.
É só que quando eu vejo a sua dor, eu me esqueço. Esqueço da xícara em minha mão. Eu me perco. E aí eu fraquejo.
Eu juro que não chego aos 20. Eu juro que já tentei.
Acontece que a vista da queda me cai melhor. O amanhecer é distante e eu simplesmente não sei o que esperar. E esperar, como outra borboleta já me disse, cansa. Cansa os pés, a mente, a língua.
Outra pancada: ''Porque você não consegue falar comigo?''
Só não conseguimos nos aturar. Você, cabeça-forte. Meu eu, borboleta. Eu sei que não é tão simples assim. Mas todos aqueles ditados populares também querem nos dizer coisas difíceis por meio de um monte de frases irônicas.
Eu queria te pedir desculpas. É o velho ''Já é tarde demais''.
Você simplesmente já sabe o que acontece depois.
A porta se fecha por dentro cada vez com mais chaves.
Essa vida é mesmo cheia de clichês.
E blá blá blá's.

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