sábado, 29 de maio de 2010

twisted and deranged

Novo nome, velhas manias. Cada vez ficava mais afastada da realidade de ser. E de não ser. Não fui. Afinal, ninguém a visitou como prometido e tudo ficava mais obvio. ''Eu deveria saber.'' Pensou assim, indo a qualquer lugar longe da situação. Porque você sabe que sempre tem alguma situação a ser fugida. A dessa vez não era tão diferente quanto qualquer outra. Conversas aleatórias e não tão mais adequadas que as de antes. Você sabe que as vezes eu simplesmente não me encaixo, repetia pro vento. Você sabe que as vezes eu simplesmente quero fugir ou gritar. As vezes eu assusto. Ou não só as vezes. Enfim, achou uma grama. Quase gritou, mas não queria chamar a atenção. Não. Não dessa vez. Estava tarde, pensou quando deitou e ergueu os olhos à noite. Às estrelas. Sentia aquele frio nos dedos. Frios de estar fazendo algo errado de novo. Achava que já estava imune a essa sensação. Sorriu e se espreguiçou. Pegou aquela carteira de cigarros que tinha achado numa mesa de estranhos. Com estranhos de novo. Sorriu. Mais uma vez perdida. Disse assim meio baixo pra quem quisesse ouvir. E então acendeu para si um cigarro. A fumaça entrou e saiu assim sem despedidas. Assim sem saudades mesmo. Se sentiu com frio e então percebeu que a grama estava meio molhada.
As vozes iam sumindo. O tumulto de uma noite agitada estava sendo substituída pelo nada. Assim mesmo. Nada. Porque não tinha nada a vários metros. Não tinha nem mesmo a lembrança de se esforçar em ser alguém bom ou até mesmo agradável. Ali estava ela e somente ela. Enfim, não sentia nada.

Nenhum comentário: